quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Relatório do Memorial do Convento

No passado dia 28 de Janeiro de 2011, as turmas do 12º E, F e G deslocaram-se a Mafra com a finalidade de ir conhecer o convento e descobrir a sua história, que iniciamos na aula de Português através da obra “ Memorial do Convento”.
Tivemos como orientadoras da viagem as professoras Fátima Santos,  Ana Maria Palma e Teresa Anastácio.
Partimos da escola por volta das 6:30h. Chegamos a Mafra por volta das 10:00h, dirigindo-nos para o convento, onde aguardamos para que nos recebessem.
Conhecemos o nosso guia Ricardo, que fez uma breve introdução e passamos a visita. Primeiro levou-nos à porta principal onde nos falou sobre a pedra mais importante daquele convento, a sua importância deve-se ao facto de D. João V naquela época, discursar naquela varanda. Também referiu a importância do povo para a construção e funcionamento do convento.
Fomos à catedral do convento onde a beleza reinava. O guia teve a contar-nos como a catedral tinha sido construída, quanto tempo levou a que tal acontecesse, motivo a tinham construído, as pessoas que tinham sido precisas para a sua construção, os órgãos que nela havia e mostrou-nos também as estátuas lá presentes.
Da catedral seguimos para a parte mais importante do convento, os aposentos da família real. Assim que entramos tivemos que subir uma grande escadaria que ia dar às várias salas do convento, tais como, a sala de estar, a sala a sala de reuniões, o quarto do rei, a sala de jogos, a sala de caça, a sala de jantar e bailar e muitas mais, mas, a que mais me fascinou foi a sala da caça e a biblioteca que não mencionei nas salas visitadas. Fascinou-me devido à sua grandeza e à quantidade de livros nela existentes. O outro lado era o lado da Rainha que era separada por um corredor muito grande da parte do rei; passamos esse corredor visitando algumas salas que nele havia, dando-nos o guia algumas explicações sobre as pinturas expostas nas paredes e tecto. Depois do corredor, visitamos o lado da rainha que não tinha tanto interesse e não pertencia ao mesmo século. Como eram 12:30h, nós fomos almoçar porque à tarde íamos ver o teatro.
Almoçámos e ainda deu para passear durante alguns momentos e conhecer Mafra. Pelas 14-30h fomos ver o teatro que achei muito interessante e bem representado. Saímos do teatro às 4:00h e fomos para o autocarro, onde esperamos que todos chegassem para voltarmos a Beja. Ainda fizemos uma paragem no Forum Montijo onde passeámos e, onde, alguns alunos aproveitaram para fazer umas compras. Depois disto viemos para o autocarro e continuamos a nossa viagem de volta a Beja.
Chegamos a Beja por volta das 20-30h e cada um foi para a sua casa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Elementos Simbolicos

Convento de Mafra






Passarola





Blimunda






Número sete



Sol






Lua






Cobertor



Colher
             D. João V, que surge na obra como um monarca libertino e vulgar (contrariando a História, que o consagra como «o Magnânimo») manda construir um monumento que é símbolo da ostentação régia, da opressão e da vaidade dos poderosos.
            Representa o sacrifício dos operários que construíram esse monumento, a exploração e miséria do povo que nele trabalhou.


      

              Traduz a harmonia entre o sonho e a sua realização. Graças ao sonho, foi possível juntar a   ciência, o trabalho artesanal, a magia e a arte, para fazer a passarola voar.
              Representa a liberdade, a alternativa a um espaço de repressão, intolerância e violência (Inquisição / Despotismo Iluminado).

      

             Com o seu poder de visão, compreende as coisas sobre a vida, a morte, o pecado e o amor.
            O olhar de Blimunda é o olhar da «História» que o narrador exercita, denunciando a moral duvidosa, os excessos da corte, o materialismo e hipocrisia do clero, as injustiças da Inquisição, o terror, o obscurantismo de uma época, a miséria e as diferenças sociais.

      
          
              

      Sete são as vezes que Blimunda passa em Lisboa, em demanda de Baltasar. Esse número regula os ciclos da vida e da morte na Terra e pode ligar-se à ideia de felicidade, de totalidade, de ordem moral e espiritual.

        
        Associado a Baltasar e ao povo, sugere a ideia de vida, de renovação de energias (o povo trabalha até à exaustão no convento, Baltasar constrói uma máquina, mesmo depois de decepado).
            Como o Sol, que todos os dias tem de vencer os guardiães da noite (mitologia antiga), também Baltasar vence as forças obscuras da ignorância e da intolerância ao voar.

      
          
          
      Símbolo do ritmo biológico da Terra, traduz a força vital que é representada pelas vontades recolhidas por Blimunda para fazer voar a passarola.
            Associada a Blimunda, lembra o seu mágico poder de «ver às escuras», embora este esteja condicionado (só vê o interior das pessoas em jejum e quando não há quarto de lua).

      

           
        Trazido da Holanda pela rainha, torna-se símbolo da separação que marca o casamento de conveniência do casal régio. Exprime a frieza do amor, a ausência do prazer, os desejos insatisfeitos.

      
            Quando partilhada, é um símbolo da aliança, do compromisso sagrado que vai unir para sempre as duas personagens populares. Exprime o amor autêntico, a atracção erótica e apaixonada, a vivência plena do prazer

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Perssonagens

D. JOÃO V
D. João V representa o poder real absolutista que
condena uma nação a servir a suareligi osidade
fanática e a sua vaidade.
Cumpridor dos seus deveres de marido e de rei, D. João
V assume apenas o papel gerativo de um filho e de
um convento, numa dimensão procriadora, da qual a
intimidade e o amor se encontram ausentes.
Amante dos prazeres humanos, a figura real é
construída através do olhar crítico do narrador,
de forma multifacetada:

·        é o devoto fanático que submete um país inteiro ao
cumprimento de uma promessa pessoal (a construção do
convento, de modo a garantir a sucessão) e que assiste aos
autos-de-fé;
·        é o marido que não evidencia qualquer sentimento
amoroso pela rainha, apresentando nesta relação uma
faceta quase animalesca, enfatizado pela utilização de vocábulos que remetem para esta ideia (como a forma verbal" emprenhou" e o adjectivo "cobridor");
·        é omegalómano que desvia as riquezas
nacionais para manter uma corte dominado pelo
luxo, pela corrupção e pelo excesso;

·        é o reivaidoso que se equipara o Deus nas suas
relações com as religiosas; é o curioso que se
interessa pelas invenções do padre Bartolomeu de
Gusmão.
·        é oesteta que convida Domenico Scarlatti a
permanecer em Portugal;
·        é o homem que teme a morte e que antecipa a
sua imortalidade, através da sagração do
convento no dia do seu quadragésimo primeiro
aniversário



D. MARIA ANA JOSEFA
·        A rainha representa a mulher que só através do
sonho se liberta da sua condição aristocrática
para assumir a sua feminilidade.

·        D. Maria Ana é caracterizada como uma mulher
1.   Passiva,
2.   Insatisfeita,
3.   Que vive um casamento baseado na aparência, na sexualidade reprimida e num falso código ético, moral e  religioso.

·        A transgressão onírica é a única expressão da rainha que
sucumbe, posteriormente, ao sentimento de culpa. A pecaminosa
atracção incestuosa que sente por D. Francisco, seu cunhado,
conduzem-na a uma busca constante de redenção através da
oração e da confissão. - COMPLEXO DE CULPA.

·        A rainha vive num ambiente repressivo, cujas proibições regem a
sua existência e para a qual não há fuga possível, a não ser através
do sonho, onde pode explorar a sua sensualidade.

·        Consciente da virilidade e da infidelidade do marido (abundam os
filhos bastardos), D. Maria Ana assume uma atitude de
passividade e de infelicidade perante a vida


BALTASAR SETE-SÓIS

·        Baltasar Mateus é um dos membros docasal
protagonista da narrativa.

·        Representa a crítica do narrador à  desumanidade da guerra, uma vez que  participa na Guerra da Sucessão (1704-1712) e, depois de perder a mão esquerda, é excluído do exército

·        Construído enquanto arquétipo da condição  humana, Baltasar Sete-Sóis é um homem pragmático e simples, que assume o papel de demiurgo na construção da passarola (ao realizar o sonho de Bartolomeu de Gusmão).

·        Participa na construção do conventoe  partilha, através do silêncio, a vida de Blimunda  Sete-Luas. Sucumbe às mãos da Inquisição.

BLIMUNDA SETE-LUAS
·         Blimunda é o segundo membro do casal protagonista da narrativa. Mulher sensual e inteligente, Blimunda vive  sem subterfúgios, sem regras que a condicionem e  escravizem.

·        Dotada de poderes invulgares, como a mãe,escolhe  Baltasar para  partilhar a sua vida, numa existência de  amor pleno, de liberdade, sem compromissos e sem  culpa.

·        Blimunda representa otranscendente e ainqui etação  constante do ser humano em relação à morte, ao  amor, ao pecado e à existência de Deus.


·        seu dom particular (ecovisão) transfigura esta  personagem, aproximando-a da espiritualidade da música de Scarlatti e do sonho de Bartolomeu de Gusmão.

·        Ao visualizar a essência dos que a rodeiam, Blimunda  transgride os códigos existentes e percepciona a  hipocrisia e a mentira.
 




FREI BARTOLOMEU LOURENÇO DE GUSMÃO

·        O padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão  representa as novas ideias que causavam  estranheza na inculta sociedade portuguesa.

·        Estrangeirado, Bartolomeu de Gusmão tornou- se um alvo apetecido do chacota da corte e da Inquisição, apesar da protecção real.

·        Homem curioso e grande orador sacro (a sua fama aproxima-o do padre António Vieira).

·        Bartolomeu de Gusmão evidenciou, ao longo da obra, uma  profunda crise de fé, a que as leituras diversificadas e a postura "antidogmática" não serão alheios, numa busca incessante do saber.

·        A sua personagem risível - era conhecido por "Voador" - torna-o elemento catalisador do voo do passarola, conjuntamente com Baltasar e Blimunda.

·        A tríade corporiza o sonho e o empenho tornados realidade,a par da desgraça, também ela, partilhada (loucura e morte, em
Toledo, de Bartolomeu de Gusmão, morte de Baltasar Sete-Sóis no auto-de-fé e solidão de Blimunda).



DOMENICO SCARLATTI
·        Scarlatti representa a arte que,
·        Aliada ao sonho,
·        Permite a cura de Blimunda e possibilita a conclusão e o voo da passarola.
 
O POVO
·        O verdadeiro protagonista de Memorial do Convento é o povo  trabalhador. Espoliado, rude, violento, o povo atravessa toda a narrativa, numa construção de figuras que, embora corporizadas por Baltasar e Blimunda, tipificam a massa colectiva e anónima que construiu, de facto, o convento.

·        A crítica e o olhar mordaz do narrador enfatizam a escravidão a que foram sujeitos quarenta mil portugueses, para alimentar o sonho de um rei megalómano ao qual se atribui a edificação do Convento de Mafra.

·        A necessidade de individualizar personagens que representam a força motriz que erigiu o palácio-convento, sob um regime opressivo, é a verdadeira elegia de Saramago para todos  aqueles que, embora ficcionais, traduzem a essência de ser português:

·        GRANDES FEITOS, COM GRANDE ESFORÇO E CAPACIDADE DE SOFRIMENTO