quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Linguagem e estilo de José Saramago

  • Ruptura com a norma linguística no que respeita à pontuação: no discurso directo á abolido o uso da vírgula e dos dois pontos, sendo substituído pelo ponto de interrogação e outros sinais de pontuação, marcandosse o início de cada fala apenas pelo uso da maiúscula inicial;
  • O uso da vírgula é o sinal mais importante: separa as várias falas da personagem e marca os momentos da enumeração;
  • Coexistência de várias modalidades discursivas tais como a narração, a descrição, o discurso directo e indirecto, discurso indirecto livre, o monólogo interior e apartes;
  • Interpelações directas ao leitor criando um ambiente de cumplicidade entre o narrador e o leitor;
  • Uso predominante do presente do indicativo;
  • Uso do polissíndeto (letra e)
  • Uso da enumerção;
  • Aproveitamento de provérbios e aforismos;
  • Uso de trocadilhos;
  • Uso da ironia;
  • Presença da metáfora sugestiva;
  • Jogo de expressões antinómicas;
  • Uso de uma linguagem barroca devido ao carácter detalhado da escrita;
  • Criação de neologismos;
  • Uso de termos anacrónicos (palavras antiquadas)

Bibliografia de José Saramago

Poesia
  • Os Poemas Possíveis, 1966
  • Provavelmente Alegria, 1970
  • O Ano de 1993, 1975


Teatro
  • A Noite, 1979
  • Que Farei Com Este Livro?, 1980
  • A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
  • In Nomine Dei, 1993


Romance
  • Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
  • Levantado do Chão, 1980
  • Memorial do Convento, 1982
  • O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
  • A Jangada de Pedra, 1986
  • História do Cerco de Lisboa, 1989

Biografia de José Saramago

José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal. Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas.
No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vive exclusivamente do seu trabalho literário.